O CPqD e a Prysmian assinaram um projeto que irá desenvolver microcabos ópticos. Foto: Divulgação.
O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) e a empresa Prysmian assinaram na terça-feira, 28, um projeto que irá desenvolver microcabos ópticos. O valor do contrato de pesquisa e desenvolvimento é de R$ 1,5 milhão, com investimentos divididos entre Embrapii, CPqD e a Prysmian.
A ideia do projeto é facilitar a implantação de redes de telecomunicações e atender à crescente demanda das operadoras.
O CPqD é uma das 13 unidades da Embrapii, organização criada pelo governo que tem o objetivo de fortalecer a capacidade de inovação do país por meio da cooperação entre instituições de pesquisa e desenvolvimento e empresas do setor industrial.
Em outubro de 2014, o CPqD foi uma das dez instituições de pesquisa credenciadas para executar projetos de inovação - no caso, na área de comunicações ópticas -, em parceria com indústrias.
De acordo com o projeto, os microcabos ópticos terão o núcleo compactado, acomodando a mesma fibra óptica dos cabos atualmente disponíveis no mercado.
Um cabo óptico comum de 288 fibras tem, por exemplo, aproximadamente 18 milímetros de diâmetro. O microcabo, com o mesmo número de fibras, deverá ter, no máximo, 11,5 milímetros.
A compactação permitirá o melhor aproveitamento do espaço e atenderá uma maior quantidade de operadoras de telecomunicações ou eventuais necessidades de expansão das redes existentes.
Uma das principais vantagens é a instalação em microdutos, cuja escavação dispensa a necessidade de obstrução das vias públicas.
"É um sistema menos invasivo do que a tecnologia convencional, pois a vala consiste em um corte na pavimentação de aproximadamente 3 cm de largura por 30 cm de profundidade", explica o gerente de Desenvolvimento de Tecnologia do CPqD, Ricardo Zandonay.
Os desafios da nova tecnologia estão na instalação dos microcabos nos microdutos. Como suas dimensões são menores, não é possível usar a técnica convencional de instalação, em que o cabo óptico é puxado dentro do duto.
"O microcabo deste projeto, incluindo sua metodologia de instalação, representará um grande avanço para a viabilização da construção de novas redes de acesso sob condições adversas", afirma o vice-presidente de Pesquisa e Desenvolvimento do CPqD, Alberto Paradisi.
O CPqD dará apoio ao desenvolvimento do microcabo e validação dos protótipos, além do desenvolvimento dos procedimentos de ensaios laboratoriais a serem utilizados na certificação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e da realização de um teste piloto em campo.
Para a Prysmian, o novo projeto representa redução de custos, maior flexibilidade e tempo de execução reduzido.
"O custo de implantação é cerca de 40% menor do que o de uma rede óptica convencional", afirma a diretora de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa, Valeria Garcia.
O Grupo Prysmian alcançou faturamento de € 7 bilhões em 2014. A empresa conta com cerca de 19 mil funcionários em 50 países e 89 fábricas.