Até onde vai a responsabilidade de um fornecedor pelo uso feito do seu software? Foto: .flickr.com/photos/opengridscheduler/
Cinquenta mulheres estão processando a Salesforce, a quem acusam de ter lucrado com atividades de tráfico sexual praticado por meio do agora extinto portal Backpage.com.
No seu momento o segundo maior site de classificados online dos Estados Unidos, o Backpage.com se envolveu num escândalo por ter permitido a publicação no site de anúncios que visavam exploração sexual de mulheres e menores
O presidente do Backpage declarou-se culpado em denúncias de lavagem de dinheiro e conspiração em três estados, três dias depois do portal ter sido permanentemente fechado em abril de 2018.
Agora, as mulheres, que se dizem vítimas das atividades do site, querem responsabilizar a Salesforce, fornecedora do Backpage.com, por ter facilitado as atividades ilegais do site através de customizações no seu CRM.
De acordo com a acusação, a Salesforce vendeu e implementou uma versão altamente customizada do seu software, que teria ajudado no êxito comercial da Backpage.
Em 2013, quando o crescimento do Backpage estava estagnado, a Salesforce aceitou o portal como cliente e passou a fornecer ferramentas para ajudar a gerenciar seu "banco de dados de traficantes e cafetões", o que deu um novo impulso aos negócios do Backpage, segundo a denúncia.
A situação fica pior quando se tem em conta que combater o tráfico de pessoas é uma das inúmeras causas pelas quais a Salesforce faz militância corporativa, junto com igualdade de gênero e proteção para a população sem teto de São Francisco.