Rafael Zabotini Venjenski é analista da CINQ Technologies. Foto: Divulgação.
Por Rafael Zabotini Venjenski*
Nós, como seres humanos, somos por natureza solucionadores de problemas. A evolução da humanidade se deu por meio dela: questões relativas à alimentação, desafios relativos à temperatura, proteção contra predadores, doenças, pragas etc. São inúmeros casos em que conseguiríamos listar essa capacidade extraordinária de adaptação e evolução.
O advento da informática trouxe inovações antes inimagináveis, contudo também nos fez seres mais individualistas e fechados quanto à nossa sociedade. A produção de software, a principal interface entre o ser humano e a informática, importou os moldes produtivos da indústria padrão e criava em série produtos complicados e de nicho, que – na maior parte das oportunidades - criavam barreiras ao invés de transformar vidas, conforme prometiam nas propagandas de televisão. E então veio a revolução dos Smartphones, que cimentou a individualidade humana de vez.
Esse contexto parece complicado, e pensando no cenário atual da humanidade, elenco que o nosso grande passo evolucional seja ressignificar a tecnologia para pessoas: ela tem de ser nossa aliada, não algo para que façamos cara de medo ou criemos resistência toda vez em que temos de entrar em contato. Para que esse movimento aconteça, uma reflexão inicial interessante é pensarmos em como evoluímos até aqui. Em uma análise rápida dos estudos de história e geografia, diria que evoluímos trabalhando em grupo.
E o Design Thinking?
A metodologia surfa na onda do trabalho em grupo que nos fez vencer os grandes desafios de outras matérias em outros tempos, e agora, nos auxilia a encarar as grandes batalhas do mundo digital. Envolver todos no processo de ideação, tomada de decisão e criação traz inovação real, pois temos múltiplas perspectivas humanas do problema, além das mais variadas maneiras de atacar a situação para atingir uma solução. Um dos maiores problemas que temos hoje é a imposição de visões, sendo que somos plurais e isso deve ser respeitado.
Dentro da metodologia, o Duplo Diamante é a forma reconhecida como guia para o processo de solução. Apesar de ser algo, à primeira vista, descontraído e mais solto que as reuniões corporativas as quais estamos acostumados, visamos objetivos de qualquer maneira, logo se faz necessário saber quando estamos expandindo (Empatia e Ideação) e qual o momento de focar nas ideias levantadas para convergirmos a um ponto enriquecedor (Definição, Prototipação e Testes).
Além de vencer desafios, as soluções provenientes de rodadas de Design Thinking compõem produtos homogêneos, que são formados por visões heterogêneas e que respeitam a diversidade de quem os utiliza: há sensação de ser um pouco dono do que se produz, pois todos contribuíram. O fluxo de fazer um pedido, cadastrar uma nota fiscal, gerar um boleto ou mesmo uma compra foi discutido amplamente e ideado com quem de fato faz isso no dia-a-dia, e assim, elimina-se a estranheza e a sensação de que você tem que se adequar a algo novo imposto por um terceiro que nada sabe sobre a sua empresa.
Por que Design Thinking no desenvolvimento de Software? Qual seu valor?