Patrick Burnett, fundador e CEO do InoveBanco. Foto: divulgação.
Desde que o Banco Central anunciou o novo meio de pagamento instantâneo, muito se fala das funcionalidades e vantagens que o Pix vai trazer. Antes mesmo do início de seu funcionamento, muitas especulações começaram a surgir.
Há discussões que vão desde como esta nova forma de realizar transferências, pagamentos de contas, boletos e compras poderá afetar o mercado com sua adesão, até debates sobre o possível fim da utilização de maquininhas.
Muitas mudanças acontecerão de fato, mas as maquininhas não devem desaparecer.
Pode parecer estranha essa afirmação. Pensar que, com um novo jeito de pagar e receber dinheiro, não haverá mais a necessidade de utilizar maquininhas.
Então, com a adesão do Pix, como elas poderão sobreviver a esse novo meio de pagamento? Os motivos são diversos e precisamos pensar em fatores culturais e econômicos, além do simples fato de as maquininhas não servirem apenas para receber pagamento em cartão.
Hoje, 80% da economia do país é formada por pequenas e médias empresas, e a grande maioria é aderente à maquininha por desconhecimento tecnológico e desconfiança.
Outro ponto importante: muitos brasileiros ainda são reféns do crediário e de compras parceladas, e o Pix ainda não traz a possibilidade de pagamentos em crédito parcelado.
O Brasil possui cerca de 46 milhões de desbancarizados e um número incalculável de pessoas que possuem contas apenas para receber salário ou algum benefício, que são os chamados semi-desbancarizados. Isso porque há também uma grande questão em relação ao acesso/medo da tecnologia para elas.
Agora, para entendermos um pouco mais sobre as diversas funcionalidades de uma maquininha, precisamos voltar em 2009, quando o Banco Central liberou a competição entre as bandeiras e aumentou o acesso das adquirentes aos cartões.