Preparações para crescimento da doença são suficientes? Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Os casos de coronavírus, doença com atualmente 34 pacientes confirmados no país, devem começar a crescer exponencialmente no Brasil nas próximas duas semanas e meia, período depois do qual seria atingido um platô de mais oito semanas.
Esse seria o pior cenário possível para a evolução da doença no país e foi revelado em uma reunião do Ministério da Saúde com cinco grandes hospitais filantrópicos em Brasília nesta segunda-feira, 9, segundo revela a Folha de São Paulo.
Participaram do encontro representantes do Sírio-Libanês, Albert Einstein, Oswaldo Cruz e Hospital do Coração (HCor), de São Paulo, e Moinhos de Vento, de Porto Alegre.
A reunião é uma preparação para o cenário de grande aumento da demanda por atendimento hospitalar, com a realocação de recursos e pessoal envolvidos hoje em projetos desenvolvidos no SUS.
“Os primeiros casos contaminaram de duas a três pessoas. Agora a progressão é geométrica, não tem jeito. É um para dois, dois para quatro, quatro para oito, oito para 16. A gente espera que a situação seja menos grave no Brasil por causa do clima, mas temos obrigação de estarmos preparados para o grave”, afirma Paulo Chapchap, diretor geral do Sírio-Libanês.
Segundo o diretor do Sírio Libanês, a orientação é que, caso o pior cenário se confirme, cirurgias eletivas (como de hérnias, vesícula, quadril, joelho entre outras) sejam adiadas para que os leitos fiquem reservados às vítimas de coronavírus.
Crescimento exponencial, como diz a manchete da folha, ou geométrico, como afirma o médico do Sírio Libanês, são a mesma coisa.
(Lembram da história do rei indiano que ganhou um tabuleiro de xadrez, cujo pagamento era um grão na primeira casa, dois na segunda e assim por diante até somar todo o arroz do mundo? Isso é crescimento exponencial ou geométrico).
É o princípio por trás da Lei de Moore, que descreve o aumento da capacidade de processamento dos computadores e o sonho de todos os fundadores de startups. Um conceito familiar no mundo de tecnologia, por tanto.
Apesar disso, as empresas do setor de tecnologia no país não parecem terem feito grandes preparações para a próxima fase do coronavírus no país.