Participantes do Mobile World Congress: "Eu acho que vi um vírus". Foto: https://www.flickr.com/photos/janitors/
Grandes empresas do setor de tecnologia estão cancelando suas participações no Mobile World Congress, o maior evento do setor de telecomunicações do mundo, por medo do coronavírus.
Neste domingo, 9, a Amazon e Sony informaram que não participará. Nvidia, LG e Ericsson já haviam feito a mesma coisa na semana passada.
De acordo com fontes ouvidas pelo CNET, a Samsung, uma das expositoras mais importantes do evento, deve deixar somente funcionários europeus no estande, diminunido os enviados dos Estados Unidos e Coréia do Sul.
As preocupações dos expositores não são infundadas. Marcado para acontecer em Barcelona entre 24 e 27 de fevereiro, o Mobile World Congress espera atrair 100 mil visitantes, cerca de 5% deles vindos da China, segundo o site El País.
A China é o principal foco da epidemia, com cerca de 40 mil infectados, dos quais cerca de 900 morreram. Os números já são piores do que os do Sars, uma doença similar surgida em 2002, e não há indícios de que a situação esteja melhorando.
As empresas que estão desistindo do evento justificam a decisão com base na segurança dos seus funcionários, que estariam em contato com milhares de pessoas nos principais estandes da feira.
Curiosamente, as companhias chinesa estão sendo mais conservadoras nas suas medidas de prevenção.
Uma matéria do site Nikkei Asia Review, pelo contrário, narra como as gigantes chinesas estão tratando de lidar com problemas como a falta de voos saindo do país para garantir sua presença na feira.
A Huawei, por exemplo, já estaria mandando funcionários para Barcelona na semana passada.
O evento é um momento chave para a Huawei, em meio à disputa pelos contratos do 5G, com o governo americano pedindo boicote da tecnologia da empresa.
A ZTE disse que não promoveria sua coletiva de imprensa e a Xiaomi disse que não levaria jornalistas chineses, o que tem mais a ver com problemas logísticos do que prevenção.
Fontes ouvidas pela Nikkei disseram que os chineses são 30% dos participantes do evento.
A GSMA, organização mundial de telecomunicações responsável pelo Mobile World Congress, por sua parte, anunciou medidas como a proibição de participantes vindos da província de Hubei, cuja capital Wuhan é o epicentro do coronavírus.
Participantes que vem da China precisarão provar que estiveram fora do país por 14 dias, o tempo de incubação da doença.