Herbert Gomez é Arquiteto de Soluções da AWS. Foto: Isadora Vieira.
Os clientes demandam cada vez mais de suas instituições financeiras, buscando, constantemente, obter valor agregado dos bancos, com foco em flexibilidade e sem perder a segurança. Ganhar a confiança dos usuários é cada vez mais difícil, mas perdê-la pode ser muito fácil.
Por isso, as instituições trabalham sempre para oferecer serviços de mais qualidade e da maneira mais eficiente.
Os dados são de suma importância para as entidades financeiras e crescem continuamente em volume, velocidade e diversidade de fontes.
Sendo assim, as companhias têm investido mais recursos no cuidado e na compilação de dados para oferecer melhores soluções.
Nesse cenário, é importante permanecer à frente, com a implementação de ferramentas que agregam valor aos negócios para que, assim, possam se destacar em relação aos competidores.
A arquitetura das aplicações de instituições financeiras se modernizaram e mudaram ao longo dos anos. Durante décadas, todas as companhias centralizaram suas aplicações e dados em um mainframe.
Ainda que essa arquitetura atendesse as necessidades do passado, ela se tornou insuficiente com o tempo, devido aos desafios de escalabilidade, agilidade e confiabilidade que a indústria demanda hoje.
Neste modelo, todas as aplicações e dados estão em um único sistema, consumindo e competindo por recursos existentes, quando é evidente que nem todos os serviços do negócio consomem da mesma maneira.
Dessa forma, se é detectado um erro em alguma aplicação ou dado, este terá um impacto nas demais aplicações, já que podem ter recursos compartilhados. Isso faz com que a escalabilidade seja afetada ao não poder realizar a função de forma independente.
Com o tempo, também surgiu a arquitetura de cliente-servidor que separou a camada lógica e a camada de persistência.
Contudo, os desafios vistos com o uso do mainframe continuaram.
Surgiu, também, a arquitetura de três camadas, que apesar da melhora em confiabilidade, agilidade e escalabilidade, não permitia às equipes terem uma separação completa de todos os serviços de negócio.
Todos esses desafios foram completamente mitigados com o surgimento da arquitetura de microsserviços, que permite com que cada serviço do negócio, ou domínio de serviço, exista em uma camada e em um stack (pilha) diferente da arquitetura.
Dessa maneira, as aplicações e dados podem ser escalados de forma independente e se desenvolverem para que possam mudar sem impacto em outras aplicações.
A arquitetura evoluiu até os microsserviços, no entanto, não tem sido assim na camada de persistência, onde ainda há desafios para escalar e administrar os dados, demandando tempo de inatividade e manuais complexos.
As bases de dados legadas têm alto custo, com linguagens de conhecimento processual, proprietários, licenciamentos punitivos, além de continuarem monolíticas.
Por esses motivos, as empresas terminariam com uma arquitetura de centenas ou milhares de microsserviços e todos reportando a um único repositório, impossibilitando com que as empresas ou instituições financeiras agreguem valor ao cliente.
As bases de dados relacionais estão na indústria há décadas, porém os requerimentos dos negócios mudaram, bem como os padrões de acesso.
Ficou evidente que essas bases de dados não estão focadas em resolver uma necessidade específica da melhor maneira possível, mas sim em resolver muitas necessidades de uma maneira satisfatória.
Atualmente, muitas empresas ainda não conhecem as novas tecnologias e são regidas por processos tradicionais, já que as equipes financeiras não são capazes de explorar ferramentas que sejam úteis para atender as necessidades do negócio.