Tony Hemmelgarn.
Os softwares de design de produtos, conhecidos pela sigla CAD e no mercado desde o começo dos anos 90, não são um ramo estagnado do setor de tecnologia, podendo passar ainda por modificações significativas em um futuro próximo.
É o que garante John Miller, vice-presidente sênior do Mainstream Engineering Software da Siemens PLM, responsável pelo produto SolidEdge, o CAD de entrada da gigante alemã.
“Eu não acredito na conversa que esse é um mercado saturado. Tecnologia ainda conta e nós vamos ter grandes novidades num prazo de 12 a 18 meses”, afirmou o executivo durante o seu keynote no Solid Edge University, evento mundial da empresa realizado neste ano em Indianápolis, nos Estados Unidos.
É uma afirmação ousada. Com décadas de mercado, muitos analistas opinam que softwares de CAD são commodities, nas quais é impossível introduzir inovações significativas, apenas melhorias incrementais, feitas em releases anuais.
De uma maneira geral, a inovação dos players no mercado de CAD nos últimos anos tem sido no sentido de construir produtos 100% na nuvem (caso do Onshape, criado por ex-fundadores da SolidWorks) ou então de agregar funcionalidades pela nuvem, como gestão de arquivos e colaboração, como é o caso da última versão do Solid Edge.
Alguns players, como a PTC, quase não falam mais dos seus produtos de CAD, focando seus esforços em construir suítes que respondam aos novos desafios da engenharia, como gestão de ciclo de vida de produtos ou software embarcado.
O Solid Edge, no entanto, sempre apostou mais fichas no aspecto tecnológico do produto, desde que a Siemens comprou a UGS para formar essa divisão em 2007.
O software, por exemplo, usa o chamado sistema síncrono para fazer modificações, diferente da maioria dos concorrentes, que se baseiam num approach baseado num histórico.
Miller não deu muitas pistas de onde as novidades podem vir, mas as fontes prováveis são duas: inovações do time de P&D do Solid Edge ou da Siemens PLM como um todo, que nos últimos três anos gastou mais de US$ 2 bilhões em aquisições de empresas de tecnologia, quase a metade disso só na CD-adapco, fabricante de software para simulação de engenharia (CAE, na sigla em inglês).
“Estamos pensando em melhorias para todo o set de tecnologias da Siemens PLM”, afirma Tony Hemmelgarn, o novo CEO da Siemens PLM. No cargo desde setembro, Hemmelgarn é um executivo de carreira da empresa, tendo passado inclusive pelo desenvolvimento dos produtos da linha SolidEdge.
Como isso vai se refletir na promessa de Miller está por ser visto ainda.